Raio da manhã

Enquanto o relógio e os compromissos me chamam

Ele me intima a ir à janela

Ver a chuva que cai

E as poças que se formam...


No dia em que eu quero esquecer o mundo,

Me esconder sob as cobertas

E fingir que não existo

Ele me acorda, faz morada em minha bagunça

Me puxa pela mão...


E nesses dias de olhos lânguidos e pensamentos cinzentos,

Faz um sol lindo lá fora

Eu saio e contemplo aquele sorriso

Me aqueço, esqueço, renasço


E a gente retorna ao dia

Em que te carreguei no colo pela primeira vez

Ao toque suave da minha mão calejada

na sua, tão pequenina e macia.


O silêncio então diz tudo.

O momento congela.

Irradio um amor tão grande,

Que a cada instante se faz sentir.