PREFÁCIO

Recebi o convite da autora e amiga Lucy Rodrigues com imensa alegria. Nossa aproximação se deu por compartilharmos o amor pela escrita. Ela me entrevistou algumas vezes para falarmos sobre meus livros, tornou-se leitora de minhas obras, além de ser editora da coluna para a qual contribuo mensalmente. A literatura tem dessas coisas. Seu poder de transformação é tanto, que aproxima aqueles que não conseguem escapar do viver literário. E pensando em transformação, é chegada a minha vez de me deleitar com a poesia de Lucy. Prefaciar sua estreia na escrita, além de ser uma honra, também me emociona por ler em seus versos tanta sensibilidade. A obra Pérola, sol e mar é dividida em três capítulos, feito fases. Conforme se avançam as páginas, na delicadeza das palavras, percebe-se a metamorfose da autora acontecendo. Num primeiro momento, observa-se a necessidade da poeta em se recolher, a fim de repensar sua maneira de viver, sentir suas dores, “deixar ir tudo o que não for seu, que não agrega.” O processo de amadurecimento, então, ocorre aos poucos, sem pressa; há a hibernação dos sentimentos, é preciso que a poeira assente, a fim de que a borboleta saia do casulo e volte a contemplar o mundo com outro corpo, com outra mente, mais leve, mais segura de si. É por meio da palavra que a poeta se recupera para traçar novos caminhos, numa feliz tentativa de reerguer-se usando a página em branco. Ao final, depreende-se que Lucy está pronta para ser mar, para amar e espalhar sua poesia pelo mundo, despertando o leitor para a urgência do autoconhecimento, pois como bem nos ilumina um de seus versos, “desde que me conheci, a coragem e o amor caminham ao meu lado”.


Boa leitura!

Myriam Scotti